Dos rumores de guerra
Soam tambores, poeta, soam;
Se de guerra ou festa pouco se sabe;
Ao longe os ouço; a distância ecoam
Como o rufar imponente da tempestade.
E há tempestade, poeta, cá dentro d´alma;
E há lufadas fortuitas de vento voraz;
E nos ares se evadem o sossego e a calma,
A sonhada alegria, a ansiada paz.
Soam tambores, poeta, e eu escuto,
Muito embora não saiba o que são:
Se os murmúrios distantes de guerra
Ou as batidas do meu coração.