GRAFITE Nº 2.
Sinto as mãos a transpirar,
O coração a palpitar.
E os pensamentos a vagar,
Voam para tão longe chegando a alcançar
Terras longínquas de fronteiras temíveis,
Terras que o meu amor hoje vive a calcar.
E enquanto me transpiram as mãos
Ora pelo medo que faz meu coração acelerar,
Ora por conta da saudade que me faz ao passado voltar
Vou deixando os meus sentimentos soltos,
Ensimesmada na reconstrução do meu eu,
Vez em quando sinto lágrimas meu rosto molhar!
Em outras tantas vezes perco a noção do tempo,
Absorta, recolhendo nos escombros de minh`alma
O que de mim sobrou – É quando realmente choro!
Vendo as lacunas,
Sentindo todas as saudades,
Lamentando as ausências;
Experimentando horrível sensação,
A que deixa os poetas e os versos
Tristes, doridos, apagados e sem rimas;
Perdidos os dois, incompletos,
Pela ausência da inspiração.
Sinto-me assim, tal qual!
Sou hoje esse algo meio surreal,
Apoiando-me no único que me restou – Um grafite, nº 2!
Transcrevendo em folha sem pauta a esperança e a dor numa só cor.