Novos ares

(a Cláudio, amigo de prosas e obras)

Passar com excelência

não é comigo não.

Já estou de saco cheio

de andar com o pé no chão.

Mas também sigo adiante,

pois não sou menino bobo

que costrói casa de palha

onde sabe que tem lobo.

Do espaço geográfico

ao tempo total,

numa freqüência de idéias,

bem ou mal,

voar é excitante,

cair é degradante.

Assumo o pedaço

que me atrai e me ignora.

Eu sei que um dia

chega a hora de ir embora.

Mas não quero ir agora!

Ainda tenho o que viver!

Ainda tenho o que aprender!

Ainda tenho o que fazer!

É entediante

a esperada demora,

é mistério nesse mundo.

Chorar não leva a nada.

Mas mesmo assim choram e gritam

Mesmo assim já repeti

E mesmo assim espero em avenidas

Um ônibus pra partir

Ah, meu caro Godi, que falta vai fazer

esse mundo de idéias,

de novidades pra valer.

De idades, de informantes,

de tânias, lívias, alícias,

de informações e de pesares

de espectativas, longes mares.

Que falta vai me fazer

respirar esses novos ares!