PAULISTEI MADEIRA

Paulistei à sua peroba, à sombra

do mar que não tem, onda

de descerebrar, ipê

e perto de onde está (você está)

Paulistei à sua peroba, à luz

aos raios dos milhões de sóis

que saem à rua na chuva

rodízio de fumaça e metal

Mais de dois milhões de sós

nas curvas do meu litoral

caiçara, fenomenal, cantara

tão tarde, tão cedro de voltar

Afinal, você me é feita de vidro

e do branco da cidade sem sol

e das esquinas em não fui

E do arrebol, reluz e pisca

Pisca, pisca, pisqu’e some

paulista teu não-beijo me consome

De homem vou a menino

tinindo tal tilintar da lataria

Paulistei à sucupura, maçaranduba

Seu cabelo escuro

fino como louro, pra se trabalhar

Sua família, do pinho, no Paraná

Ao paraíso São Paulo é caminho

deixe-me ficar sozinho, a par

disso que está, sozinho

Por lua sou vinhático, jacarandá