Poema para um Amor VI
Deserdo-te de quaisquer renúncias
Deixa que meus lábios resgatem
Todos os silêncios que acalentaste
Que os meus beijos colham
O orvalho de cada palavra
Adormecida em teu pensamento
Quisera que meu olhar clareasse
A luz da manhã de todos os teus dias
E que a brisa de novas promessas
Acariciasse o ressuscitar, o renascer
Dos gestos contidos e inconfessos
No noturno da solitude dos teus olhos
Quisera que as tuas lágrimas
Descansassem no leito do meu rosto
E que não mais visses o abismo profundo
Desta busca que pensas não cessar
Pudesses descobrir a essência deste amor
Que se perfuma para ti em entregas e consentimentos
Quisera que a minha mão estendida
Redesenhasse o além do horizonte
Onde teus olhos abraçam a espera
Pudesse eu redefinir o teu despertar
Talvez ainda enxergasses outros matizes
Alvorecidos por meus sonhos para os teus olhos
© Fernanda Guimarães