Vida despercebida

Quando a gente nasce do barro

Assistindo tudo de cima da laje

Fora da visão de algum carro

Só acompanhando a paisagem

Nasce uma vontade

De seguir viajem

Sem querer maldade

Sem querer vantagem

Quando a gente cresce

O pé afunda no barro

Ninguém sabe quem merece

Realmente levar escarro

O corpo padece

Com nenhuma expectativa

A mente esquece

Da nossa vida ativa

Quando a gente morre no orvalho

Duma noite falecida

Ninguém lembra do trabalho

Nem da fadiga aparecida

Parece tudo muito morto

Sem vida na saliva

O talento meio torto

Não faz com que viva.

Quando a gente vira pó

Dá vontade de correr

Mas na garganta dá um nó

E o que resta é morrer!

Ligia Albarracin
Enviado por Ligia Albarracin em 13/09/2009
Código do texto: T1808632
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