Vida despercebida
Quando a gente nasce do barro
Assistindo tudo de cima da laje
Fora da visão de algum carro
Só acompanhando a paisagem
Nasce uma vontade
De seguir viajem
Sem querer maldade
Sem querer vantagem
Quando a gente cresce
O pé afunda no barro
Ninguém sabe quem merece
Realmente levar escarro
O corpo padece
Com nenhuma expectativa
A mente esquece
Da nossa vida ativa
Quando a gente morre no orvalho
Duma noite falecida
Ninguém lembra do trabalho
Nem da fadiga aparecida
Parece tudo muito morto
Sem vida na saliva
O talento meio torto
Não faz com que viva.
Quando a gente vira pó
Dá vontade de correr
Mas na garganta dá um nó
E o que resta é morrer!