Sinal de Vida
SINAL DE VIDA
Naquela água que corria manso,
Na suavidade do seu leito,
Na exuberância de sua forma,
Fazia-me sonhar, movido pela emoção,
E na magia do pensamento,
Transportava-me para um recanto de paz,
Onde o amor não precisava de justificativas,
Era expresso em movimentos e formas,
As flores, os arbustos,
Os pingos das folhas da última chuva,
A força do amanhecer com a paz da noite,
Fazia acordar em harmonia,
Todos os viventes presentes,
Os animais, os pássaros, um após outro,
O primeiro, acordado pelo raio de luz,
E depois todos pareciam esperar a sua vez,
Para acordar e cantar, como que em agradecimentos,
Enquanto ao fundo se ouvia, a brisa suave nos troncos,
Fazendo dueto com o riacho que batia nas pedras,
Um após outro dava as boas vindas ao sol,
Que soberano como sempre,
Vinha do horizonte como que espiando,
Atrás dos montes e pelas frestas da floresta,
Ia entrando devagar e iluminando a festa,
Era o dia em toda a sua plenitude,
Com todos que ali viviam.
O Poeta da Solidão