Pessoas
Como versos de Pessoa,
ainda me ecoa
a risada fácil de certa pessoa
que após povoar meu sonhos
(de desejos que não me foram estranhos)
preencheu minha noite com tal amor,
que não pode ser rimado com dor,
tampouco com o burocrático bolor
que perspassa as comuns relações
transformadas em burras competições
onde se contabiliza toda carícia,
com a apequenada malícia
de quem nunca soube da delícia,
da beleza que há no orgasmo da mulher amada.
Da ternura de vê-la aninhada
e no peito abrigada
qual essência perfumada.
E ouvir-lhe sobre a inexistência do Nada.
Para Lilian, com amor.