Possessão.

Deita teus lábios nos meus, devagar,

Sem desejar o beijo que incêndio

Obviamente iria causar.

Aconchega teus dedos nos meus cabelos

Com o corpo colado, suavemente,

Sem almejar o gozo imediato.

Deixa tua pele a minha arrepiar

No desejo silencioso

Daqueles que sabem amar.

Não faça alardes ou provoque

O que tende a se alastrar.

Queima comigo a ternura, passivamente,

De em meu mundo adentrar.

Escorrega o tecido,

Apalpa a carne,

Toca a alma,

Encara minhas manhas,

Mima meus olhares.

Deita teu corpo no meu, devagar,

No paraíso da entrega respira

A fome que só tua

Inflama o meu desejo por ti.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 19/05/2005
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