Lamentos & uivos vindos de Tróia
Gargantas profundas para o lixo atômico
De Andrômeda veio um sinal de luz
O papel jornal cinge como os novos papiros
O sorriso que esconde toda uma obra...
De Leonardo tudo se espera, novos segredos...
Abusos inesperados, rompantes lucrativos...
Apenas para ver que tudo ainda está retido
E tua voz calada no canto da noite
Aflito o coração navega sem destino
Gotas cristalinas pelo canto da sala
Entre a solidão que toca o dia seguinte
E outra noite quase esquecida...
Lamúrias que não trazem nada de volta
Apenas ressecam o mar de lágrimas
Valha-me barqueiro, ainda estou aqui...
Nesta margem a espera de uma passagem
Voltarei pelo mesmo caminho procurando moedas
Dos cursos que toquei pela vida
De todas as portas que se fecharam
Tomei a mão estendida com a minha destra
E sorri para dia, demônios vão para o inferno...
A pedra que falseia nas elegias fanáticas
O vazio das línguas malditas que a boca escancara
Guerras sujas sem uma melhor razão
Tombam carcaças, sobram estilhaços & deficientes...
Malversação em todas as mangas dos governos
Sobre a terra que pari novos dependentes
Melindres e aviltes entre salas & portas
Alunos que passam pelas escolas
Na sub-faturada educação que os empurram
Daqueles que se propagam seres civilizados
Mal fazem, executam ou agem...
Destilados com toxinas neuro-cardíacas
Panacéias hereditárias contornam a ação do tempo
Envasados em têmperas e outros quintais
Agulhas para o xarope dos Andes
Novos contrabandos, velhos serviços,
Odisséia de negócios para velhas moedas
Enganados de fato pelo risco fiscal
Taxas & juros fora da ordem pública
Sobrepujando dores e imensa gordura
Láctea opressa o vácuo outras descobertas...
Querer é um verbo mal-tratado
Agonia na espera de um novo contato...
Trabalhos parados esperando conclusão
Promessas vazias para se livrar de estorvos
O entorno do leito vazio, canecas partidas...
O fero espinho que entala na garganta
O olhar distante qual farol noturno
Novos leitores para tempos futuros
Velhos amigos perdidos na distância
A preguiça de atravessar a rua
Vestígios perdidos no vale em setembro
Figurantes cortesias a partir de janeiro
O pão ficou mais seco sem a água da vida
E as palavras se perderam no vazio do olhar
Tantas histórias para serem contadas
Vampiros sugando meu último respiro
Todo mundo quer tudo, poucos estão para oferecer...
E o medo circula os pés na calçada fria
Bastidores da política que apenas engorda
Galhofas puritanas invadindo as TVs
Seriados cortados pela hora do almoço
Frascos sem componentes adulteram a realidade
Crianças batendo boca, dentes perdidos...
Sossego no paraíso fiscal...
No escopo de frases pela vertente sintética
Cibernético encontro das massas aflitas
Putarias lacerantes com cortejo e expia
Rendem audiência, e o livro quase fechado...
Aquilo que se reflete para aquilo que se reflita
Encargos na sobrecarga dos ombros desvalidos
O copo seco paira na mesa
Fumaças tragadas pairando no espelho...
Mãos sofrem sem o afago preferido
Quantas saudades dos teus seios fartos
Ainda chorando a minha insanidade
Recluso navegador do mar infinito
No vago suporte da cadeira giratória
O acre gosto que a boca sente
No distante beijo que se largou no passado
Toda revolução será previsível
No lastro que reduz o navegar de hoje
Tem no olhar sempre aflito solidões & afins
Algumas mentiras encobrem inúmeras verdades
E ninguém te pedirá desculpas...
Sentou no colo da vida e saiu depressa
Olhou para trás para ver um sorriso
E escondeu outra lágrima para amanhã
Latomia nas vertentes pela voz calada
Fugas arranjadas na nova composição
Tiranias cometidas para reverter destinos
Massagens dos afogados para olhar a Gaia
Crentes e descrentes a espera de algum perdão
Absolvidos respiram aliviados
Malditos são deixados para trás
Ainda esperando a próxima barca
Apesar de tudo...
Das relações que levam ao bom da vida!
Peixão89