As Horas
Assim Correm as horas
Enfeitadas de fino tecido de seda
Deixam transparecer as formas dos seus seios
Para ali nos deleitarmos e saciando a sede
Vivermos mais um dia
Assim Passam as horas
Disfarçadas em vestes maltrapilhas
Deixam transparecer as formas das cicatrizes
Para ali sangrando e gritando por milagres
Afastarmo-nos da dor e vivermos mais um dia
Assim esperamos as horas
Para um encontro amoroso de sexo prazeroso
Deixando transparecer um desejo afim
Ali nos satisfazemos unindo amores e desejos
E depois extenuados e inertes vivermos mais um dia
Assim as horas são veneradas e rainhas reinam soberanas
Assim somos reféns e nossas oferendas todas são para elas
Aonde colocamos os nossos desejos
Ali realizamos a nossa saga de aventureiros
Desbravadores de um mundo indiferente
As nossas sementes são germinadas em horas diferentes
Mas às horas sarcásticas que importa?
Somos todos passageiros
Hoje noviços amanhã velhos senhores
De um Tempo que nos é acrescentado
Sem olhar as horas do viver