Vermelho de Matisse
Já nem sei quem me disse
que na cor de Matisse
esconde-se a alma do Vermelho.
Rubra paixao rubra.
Qual seio a espera de quem lhe cubra.
Amor carmim,
singelo assim.
Amor encarnado
de poeta celerado,
de deus aloprado
e de Fabio apaixonado.
Alma em Vermelho ...
que quando fui moço, escondia-me em "aparelho",
desdenhava o bom conselho
e ousava viver
como quem acha que fez por merecer.
E porque existe
o Vermelho de Matisse
eu creio em qualquer crendice,
pois sei que tu estás além do que já se disse ...
... pinguei alfazema em teu travesseiro,
preparei teu banho,
alisei teu sonho
e perfumei tua branca camisola
torcendo pela tua não demora.
Bom ouvir que me chamas
nessa voz de mil camas.
Queimarmo-nos no toque
e nos beijarmos sem retoque.
Sentir o gozo que nos acha no espaço,
embalados em sutil mormaço
e refeitos de todo cansaço.
E que segue "o depois"
do carinho de nós dois.