NUMA TARDE DE SETEMBRO

Num Carnaval não sambou.

Jogou fora a fantasia.

Meu Arlequim se encontrou

Com o amor que mais queria.

Só de pele se vestiu

Só, com sua Colombina.

Até quarta ele sentiu

Um amor sem purpurina.

Havia em seu samba enredo

Uma letra terna e bela.

Meu Arlequim tinha medo

Fosse cantado por ela.

Foram tantos Carnavais

E de todos bem me lembro,

Mas tiveram seus finais

Numa tarde de setembro.

Não tem mais a fantasia

Nem confetes ele tem.

Só lhe resta uma folia

Que ele canta pra ninguém.

Talvez n’algum fevereiro

Colombina, só, esteja...

Que o meu samba ela reveja

E por amor cante inteiro.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 10/09/2009
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