NUMA TARDE DE SETEMBRO
Num Carnaval não sambou.
Jogou fora a fantasia.
Meu Arlequim se encontrou
Com o amor que mais queria.
Só de pele se vestiu
Só, com sua Colombina.
Até quarta ele sentiu
Um amor sem purpurina.
Havia em seu samba enredo
Uma letra terna e bela.
Meu Arlequim tinha medo
Fosse cantado por ela.
Foram tantos Carnavais
E de todos bem me lembro,
Mas tiveram seus finais
Numa tarde de setembro.
Não tem mais a fantasia
Nem confetes ele tem.
Só lhe resta uma folia
Que ele canta pra ninguém.
Talvez n’algum fevereiro
Colombina, só, esteja...
Que o meu samba ela reveja
E por amor cante inteiro.