Clausura da alma

Olhando a vida da gaiola do tempo,

ele viu o tempo passar.

Viu também sua vivência,

a total decadência

de um corpo cansado.

Aquele homem, enclausurado

em sua própria redoma,

em quase estado de coma,

chorava vendo a vida lá fora.

E pensava: E agora?

A gaiola não estava trancada,

trancava apenas o seu medo.

E seu maior segredo

guardava no peito,

guardava sem jeito.

E a gaiola não estava trancada!

A vida inteira faltou-lhe coragem

de abrir a gaiola,

e sair da clausura.

Visão embaçada, miragem!

E a gaiola não estava trancada.

Trancada estava sua alma

naquela prisão escolhida,

que foi toda sua vida

passada, batida,

perdida.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 10/09/2009
Código do texto: T1802118
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