Reviravolta
REVIRAVOLTA
Comentava com um amigo a minha situação,
Dizia que me sentia insignificante,
Igual um grão de areia caído num deserto,
Tão igual, tão insignificante,
Mas a declaração amiga me disse:
- Eis que um grão de areia
Levado pelo vento,
Entrou nos olhos de um príncipe,
Este com os olhos ardendo foi até o castelo,
Lá chegando foi socorrido pela princesa,
Que imediatamente com carinho,
Retirou do olho do príncipe o grão de areia,
E uma idéia lhe brotou na mente,
Mandou fundir um anel,
E dentro da pedra transparente
Mandou que colocasse aquele grão de areia,
E aquele grão de areia insignificante,
E tão igual, passou a ser o grão de areia
Mais cobiçado de todo o reino,
Quando se está no deserto
Podemos não ter o que queremos,
Mas temos que preservar a esperança.
O Poeta da Solidão