O ÁPICE DA PSICOLOGIA
Quando se atinge o ápice
Muitas vezes não percebemos
Que o percurso sempre muda
Da rota que alguém desejava
Dos momentos mais sublimes
Divagamos e esquecemos de viver
Percorrendo algumas vielas.
Danças mágicas e egocêntricas
Decisões arrependidas e folclóricas
No aceno de um adeus
Na esperança de um até logo
Os lábios pronunciando não
Os ouvidos querendo ouvir sim
Um toque, uma frase escrita
No muro de um triste coração.
Os passos lentos que seguem
Sem destino, sem meta alguma
Ficando eternamente a espera
De poder juntos ver o nascer do sol
Em um dia frio e úmido
Plantado na areia de um deserto
Lentamente ficando louco
Pois não há um fio de esperança
Quando o martelo bate a sentença
E as lágrimas reagem em repúdio
A uma decisão tomada sem consulta
Ninguém entende o verdadeiro eu
Não se aproximam do próprio ego
Nem conseguem ver o fim de tudo.
Sentado em uma suja praça
Um jato de água que sobe ao céu
Gotas de chuva em sentido contrário
Molhando muito mais que a fonte.
São dois pés querendo ir além
Duas mãos querendo tocar
Dois ouvidos tentando ouvir
Uma visão diante do amor
O olfato inalando o aroma
A boca desejando um beijo.
Não há mais sofrimento algum
Apenas um futuro ainda prematuro
Fases em fase de aperfeiçoamento
Gestos talvez precoces
Doação sem despesas honorárias
É assim que se vive na eternidade
Sem mudar o que passou
Sem adivinhar o que virá
Vivendo apenas o hoje.
E não é bastante?
(Antonio dos Anjos)