O ÁPICE DA PSICOLOGIA

Quando se atinge o ápice

Muitas vezes não percebemos

Que o percurso sempre muda

Da rota que alguém desejava

Dos momentos mais sublimes

Divagamos e esquecemos de viver

Percorrendo algumas vielas.

Danças mágicas e egocêntricas

Decisões arrependidas e folclóricas

No aceno de um adeus

Na esperança de um até logo

Os lábios pronunciando não

Os ouvidos querendo ouvir sim

Um toque, uma frase escrita

No muro de um triste coração.

Os passos lentos que seguem

Sem destino, sem meta alguma

Ficando eternamente a espera

De poder juntos ver o nascer do sol

Em um dia frio e úmido

Plantado na areia de um deserto

Lentamente ficando louco

Pois não há um fio de esperança

Quando o martelo bate a sentença

E as lágrimas reagem em repúdio

A uma decisão tomada sem consulta

Ninguém entende o verdadeiro eu

Não se aproximam do próprio ego

Nem conseguem ver o fim de tudo.

Sentado em uma suja praça

Um jato de água que sobe ao céu

Gotas de chuva em sentido contrário

Molhando muito mais que a fonte.

São dois pés querendo ir além

Duas mãos querendo tocar

Dois ouvidos tentando ouvir

Uma visão diante do amor

O olfato inalando o aroma

A boca desejando um beijo.

Não há mais sofrimento algum

Apenas um futuro ainda prematuro

Fases em fase de aperfeiçoamento

Gestos talvez precoces

Doação sem despesas honorárias

É assim que se vive na eternidade

Sem mudar o que passou

Sem adivinhar o que virá

Vivendo apenas o hoje.

E não é bastante?

(Antonio dos Anjos)

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 09/09/2009
Código do texto: T1801624