COMO PODE A VIDA!
Conta-me como pode a vida
Suprir os espaços ocos, vazios,
Equilibrar os bambos navios
Que trazem uma alma desiludida!
Conta-me como pode a vida
Suprir de gás o aéreo balão
Em que se transforma o coração
Ao ver a dolorosa partida
De alguém que deixa esta lida
Se o desespero n’alma se instala,
Mudez geral, o universo se cala,
Mas a mão do tempo alivia a ferida;
Com sua medicina desconhecida
Que intriga e faz a pessoa pensar
Que a vida é uma agulha a alinhavar
Os pedaços duma existência sofrida.
Conta-me como pode a vida...!
21/04/05.