Nas Velas do Tempo

Minhas mãos a tocar tua face,

um deleitar de meu ser na suavidade de tua pele.

Sinto-a tão distante de meus olhos

qual marés minguando no oceano.

Busco-te no horizonte de meu sol,

mas o que vejo são raios de saudade.

Senti-me sem lua no crepuscular

de mais uma estação em seu olhar.

Sem eles sou estrela cadente a riscar o céu

com pedidos em versos que se perdem no silêncio...

Quisera fitá-lo agora e desvendar os segredos

que de mim escondes no fundo do coração.

Talvez um afago em teus cabelos

tocasse de novo tua alma de Anjo

pudesse trazer-te mais uma vez para mim.

Mas quem sou, senão flor que amanheceu

sem provar o orvalho da noite de teus olhos,

sem banhar-me nas gotas do sereno

desprendidas dos teus lábios.

Ah, pudera nas velas do tempo voltar

e em ti ancorar meu tudo de corpo e alma...

Flor de Laranjeira
Enviado por Flor de Laranjeira em 09/09/2009
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1800402
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