Nas Velas do Tempo
Minhas mãos a tocar tua face,
um deleitar de meu ser na suavidade de tua pele.
Sinto-a tão distante de meus olhos
qual marés minguando no oceano.
Busco-te no horizonte de meu sol,
mas o que vejo são raios de saudade.
Senti-me sem lua no crepuscular
de mais uma estação em seu olhar.
Sem eles sou estrela cadente a riscar o céu
com pedidos em versos que se perdem no silêncio...
Quisera fitá-lo agora e desvendar os segredos
que de mim escondes no fundo do coração.
Talvez um afago em teus cabelos
tocasse de novo tua alma de Anjo
pudesse trazer-te mais uma vez para mim.
Mas quem sou, senão flor que amanheceu
sem provar o orvalho da noite de teus olhos,
sem banhar-me nas gotas do sereno
desprendidas dos teus lábios.
Ah, pudera nas velas do tempo voltar
e em ti ancorar meu tudo de corpo e alma...