Às margens rosa flui

Os ventos costumam dizer muita coisa que costumo escrever

nas folhas tortas que me negam fatidicamente os mesmos sentimentos que costumo encontrar no tempo

e faço por merecer encontrar cada coisa que inutilmente se faz distante

e a cada segundo e no mesmo instante me escapa

e volta a ultrapassar meus medos

me concede pesadelos

onde corro contra tudo

contra todos

e mesmo correndo vejo que não saio do lugar

que sinto

e mais a rosa fica no mesmo lugar

me esperando amanhecer

e voltar a crescer e despediçar mais uma petala ao sabor salino do vento.

As rosas fluem e voltam

e tudo costuma se contradizer

materializar-se no tempo e se vingar como querendo modificar as coisas e continuar vivendo

sem se lembrar das verdades do amor nascendo

para uma vida de cores

e delas com as rosas brotam flores

perfumadas e ousadas

que disperdiçam sua vida a uma vida de pequenos momentos

na felicidade mortal de amar o ar

que o mata e simplesmente o ignora

o jogando sobre a superficie de marmore do céu

a essência da vida que move as poucos.

O amor vem e fica lá

e tudo que se pede e que volte

e fique esperando mais uma vez

talvez quando estivermos certos do tempo

as rosas estaram esperando amanhecer para despertas suas petalas ao vento e suas metaforas

quando as escrevo e o momento se acaba e se refaz quando menos espero.