portas e janelas
imprudente
percorro meu peito
vasculho fragmentos
saudades
abandonos
tormentos
amores desfeitos
momentos em vão
tenho o peito apertado
de corredores estreitos
assustado
tranco portas e janelas
tonteio
fraquejo
perco os sentidos
sem respirar
como num primeiro beijo
mas alguma coisa
como um furacão
vinda do nada
me invade de repente
em plena madrugada
arranca todas as tramelas
escancara de vez
minhas portas e janelas
e a força de um desejo
deixa afinal
o sol entrar