O que sei.
Se o horizonte vago rouba a crista
A reta risca o rumo noutro ponto
A razão que sucede tal confronto,
O senso segue tonto e, turva a vista;
O saber ganha pouso na conquista
Como um grão do deserto que, no entanto,
Ganha e converte céticos e tontos
A falsa luz seduz os niilistas...
O sabor do engano é o avalista
A miragem gravada sem espanto
A ilusão se realiza tanto e tanto;
Que o irreal afinal logo se avista
Pois o real retratado por artistas
Reveste no sonho como um conto
A fantasia dá ao tolo o acalanto;
Do saber, nada sabe embora exista.