DESVENTURA
Sento na relva numa noite,
o barulho é todo da natureza,
o silêncio, que busco não encontro,
acossado pelos ruídos da incerteza.
Nem amada ou mesmo amadas,
nem presentes nem passadas,
quantas lágrimas derramadas,
paixões que agora são nada.
Uma casou-se com um outro,
a que ficou me trouxe desventuras
outras e outras vieram e se foram,
amores efêmeros. e sem ternuras.
Não tem valor algum qualquer jura,
a um coração ferido de morte,
por uma amor ingrato e passageiro,
que em minha gibeira fez aporte.
Mas esse sim é que me deixa aqui,
esvaindo em pensamentos e porques,
o verdadeiro ingrato. O coração,
que topa iniciar tudo outra vez.