Cicatrizes ( da série Dores)
O pavor do meu degredo
Não impede ouvir os acordes sublimes
Que arrebata meu ser
Vindos não sei de onde...
Meus olhos vermelhos
Do pranto vertido em vão
Fitam perplexo um crepúsculo
De beleza sem par...
A dor e seu exército cruel
Deu-me tréguas...
Arrancou-me a venda e a mordaça
Relaxou suas algemas
Saciada de suas perversas torturas...
Já não temo a noite que se aproxima
A lua de claridade amiga guiará meus passos
Banhando-me de luz, prevenindo perigos...
Creio na manhã embriagada de vida
Sei que com ela virá o bálsamo
À curar todas as cicatrizes.