lullaby
Um sábado amanhece,e eu duvido do tempo
Eu quero me afogar nas cores neutras do meu colchão
Fazer da vida a minha diária noite mal dormida
Nessa eterna dor de cabeça que é estar acordada
Mas já é domingo
Domingo,eu ando com meu pijama cheio de lama
Com a memória feito da ressaca que eu nem bebi
Rastejo da cozinha pra sala,da sala pro banheiro
E o relógio que costumava me desejar boa sorte
Hoje sussurra-me apenas algumas bobagens
“a morte é inevitável ,mas e se eu não morrer?”
Cale-se,antes que jogue meu corpo pela janela
Assim como eu fiz com todas as horas
E´domingo,todo dia é domingo
E eu ainda estou sentado no sábado que eu não tive
Na única vida vivida a qual ocorreu enquanto eu dormia
Nos sonhos pseudo acordados da vida que eu não tenho
Estou cansado,muito cansado,pseudo desacordado
Viver da muito sono
Brilhe lâmpada mágica,brilhe
Reflita todos esses ares apaticos que o sol insiste em esconder
Me acorde no relapso descomunal das idéias que esqueci
Me abandone nesso sofá mofado
Até que meu corpo seja feito de mofo também
Abandone-me no abandono em que fui deixado
Eu quero é o esquecimento do sono
(Há dias que simplesmente não existem)