A DOÇURA DO ILUSÓRIO
No peito do poeta bate uma flor
cujo perfume exala em sua poesia
e se em suas pétalas explode o amor
ele se vê completo na fantasia
No ritmo desse compasso desmedido
por oceanos que apenas a candura vê
segue a doçura do ilusório esquecido
desejando algo que nunca haverá de ter
Mas enquanto viva estiver no seu peito
como chama sustentando a alegria
sonhará conduzindo a vida a seu jeito
porque a flor o alimenta a cada dia
Seus erros, as tristezas e desenganos
serão somente o dobrar de esquinas
e os melancólicos momentos insanos
são as quimeras próprias de sua sina
Porque ser poeta é mover o universo
com palavras cavalgando a ternura
e na órbita cândida de seus versos
vê-se uma luz de cor branda e pura