SETE DE SETEMBRO-O GRITO QUE NÃO DEMOS
Não,
aquele grito não foi meu,
ele nem mesmo cabia na minha boca,
e nem na boca de ninguém que eu conhecia
Era pomposo demais,
empostado demais,
dourado demais,
e sofrido de menos
Era mesmo um grito para ser dado
do alto de um cavalo,
bem escovado
e selado;
e não do chão,
descalço
e com a enxada entre as mãos
Deixo aqui o meu protesto, contra a falsa independência do Brasil,
tendo em vista que, ela foi elaborada pela elite dominante daquela
época, que em momento algum, defendia os interesses populares,
muito pelo contrário, dentre outras coisas, defendia a manutenção
dos latifúndios e a continuação da escravatura em nosso país
Por esta razão, o dia sete de setembro, deveria sim ser lembrado,
como o dia, em que o povo não gritou às margens do Ipiranga ...