Ansiedade ( Resposta ao pedido de FABIO CARDOSO )

Nas ondas revoltas e frias dos mares

Meu barco era desprovido de conforto...

Na ânsia desvairada de chegar ao porto,

Era necessário dissipar o redemoinho dos sentimentos fugazes.

Na escuridão infinda das madrugadas ao relento

Ouvia-se a agitação dos fortes açoites...

Meu barco trepidava no frenesi das noites

E a Lua espalhava seu brilho associada aos ventos...

Meus pensamentos denunciavam os perigos

Do silêncio ensurdecedor das madrugadas;

A distância sonora e fria das alvoradas

Deixava-me o coração impaciente e incontrito.

Ao raiar dos dias novas esperanças despontavam

E minha ansiedade se associava ao medo...

Será que conservaria intactos meus segredos ?

As nuvens ressabiadas e amedrontadas me incorporavam...

Após tantas madrugadas à luz da Lua,

Meu barco serenou devolvendo-me a consciência...

O almejado porto despontou com eloquência

E minhas palavras se despiram das inconstâncias nuas !

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 05/09/2009
Código do texto: T1793821
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