Sem palavras
 
(Rosana Nóbrega)


Existe   um  vazio e  uma interrogação no ar
Provocados por essa ausência inexplicável.
Passam-se os segundos, minutos, horas,
Dias, semanas... e continua o silêncio.
Pensamentos diversos vão e  voltam,
Num turbilhão de emoções latentes,
Que  buscam e  rastreiam lampejos
Em busca de descobrir o por quê?
Causa, que  possa tentar explicar
Essa ausência  de   justificativas
Plausíveis, claras e ponderadas,
Que surtam o efeito de aplacar
A angústia, ânsia e tormento
Dessa triste e longa espera,
Que  parece  não  finalizar.
Mas isto tem que acabar!
Esse silêncio demonstra
Que  a  resposta existe
E   só  falta   aceitar
Que o fim chegou,
Sem palavras.
É só o fim,
O fim...


Sorriso

( Rosana Nóbrega)

Pode começar disfarçado e lentamente,
Um nesga dissimulada e quase imperceptível.
Uma tentativa já quase sai, eu vejo.
Tem sorriso chegando, prevejo.
 
O sorriso provoca grandes movimentações
Nos músculos do rosto e nas feições.
Suaviza, embeleza e encanta,
Até ao mais sério homem, ele abranda.
 
Meio torto, linha reta ou curva acentuada,
Mostrando dentes espaçados, amarelados ou alvos,
Parecendo lábios de palhaço ou boca sensual,
Naturais ou com aparelhos, não importa, afinal.
 
De qualquer forma, o importante nessa hora
É que transpareça alegria ao sorrir,
Pois sorriso que não chega aos olhos,
Não tem qualquer razão de existir.
 
Sem brilho no olhar, um sorriso não tem valor,
Pois não transmite emoção e o calor,
Que deveria estar sendo liberado d' alma,
Diferente daquele liberado de qualquer forma.
 
De qualquer maneira um sorriso é encantador
E no rosto de toda pessoa demonstra esplendor.
Suaviza a expressão, conquista e dá beleza.
Quem se arrisca e tem retorno, comemora sua destreza.
 
Se é assim, sorria sempre que puder,
Para os filhos, os amigos, para sua mulher,
Para o vizinho, o parente ou o companheiro.
A qualquer tempo, sorria o tempo inteiro.
 
 

Vivo a Dança
 
( Rosana Nóbrega)


De repente, sinto uma energia incrível,
Que nem consigo explicar,
Que quem está de fora pode até criticar,
Mas quem a vivencia, só tem a aproveitar.
 
Um observador não entende,
Pois não está na mesma sintonia.
O que serão aqueles movimentos,
Se nada sinto, nem consigo empatia?
 
Uma energia que impulsiona,
Que acrescenta ritmo ao coração.
Movimenta músculos em vários pontos,
Com vontade e alegria na impulsão.
 
Um fator externo complementa.
Ouço uma melodia a me embalar.
Cifras e notas diferentes,
Que acrescentam beleza no bailar.
 
Danço, rodopio e não penso,
Pois somente as sensações podem prevalecer.
Que me importa como me analisam?
Se, com esses movimentos, enriqueço o meu viver!
 
Dançar é tudo para mim.
Complementa a minha vida.
Cria o equilíbrio mágico,
Que matura o comportamento na lida.
 
Realidade ou Sonho.
Tudo é possível interpretar,
Pois o que me vem do acervo,
Implementam o meu movimentar.
 
Herança genética ou experiências de vida.
Latentes ou apenas no inconsciente,
Pois o que eu quero mesmo neste momento
É dançar e ser feliz plenamente.
 
Dançar, dançar, dançar!
Esta prática só me faz bem.
Acredito e experimento,
Pois a dança vai muito além.
 
Quem não acredita, que experimente,
Pois teoria por si só não satisfaz.
Vivencie, sinta, dance,
E, após, critique-me se for capaz.
 
O mesmo observador agora, atento,
Poderá perceber mensagens nas expressões,
Pois a dança se comunica de uma forma,
Que transcende simples repetições.
 
Se o corpo fala, como já disse um estudioso,
Não há como ficar imune às mensagens latentes,
De um corpo bailando a sua frente,
Que de verdade exala sensações inerentes.
 
Viva os movimentos e as sensações,
Que se renovam a cada minuto do dia.
Sejam pela vivência de novas experiências,
Ou ao clamor de apoio da audiência.
 
Não sei mais viver sem a arte da dança,
Que tanto me encanta e me faz feliz.
Estudo, treino, ensino e compartilho
Enriqueço meus dias, sou um eterna aprendiz.




*Sou Oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo, formada em Serviço Social e pós graduada em Educação Física, na área de Dança.
Trabalho e resido em São Paulo/SP.
Tenho meu foco de estudo no comportamento humano. Desde criança, rabisco pequenos textos aqui e acolá, sem grandes preocupações, no entanto, no primeiro trimestre de 2009, resolvi me dedicar, passando a escrever sobre temas que me lembrem movimento.
Não tenho obras publicadas. Escrevo pela satisfação que as letras me porporcionam.