IRA

Quero matar essa fera que me ameaça

Rugindo forte no meu peito

E cessar a corrida desenfreada do sangue nas veias

Proibir as pernas de tremerem

A boca de desejos enlouquecer

O corpo de não se reconhecer

Em ondas de paixão

Eu disse

Peremptoriamente afirmei

O amor não existe

Pois eis que se me apresenta em sua ira

Vingativo

Impiedoso

E me retalha e salga o coração

E me faz ridícula

Depois se põe a sorrir

A me oferecer o que não pode ser

Tripudia, Amor

Pois antes te mostro quem sou

te sufoco e depois afundo

Num oceano de lágrimas