UMA ESTRANHA FLOR

colada ao escuro breu da noite,

corola estremece em pétalas

e arranca suspiros da lua...!

(escondida detrás de nuvens).

aberta à vida, estranha flor,

seus braços pétalas fremem

de um abrasivo amor...

quando o sol se foi apressado,

empertigou-se toda,

espreguiçou seus lindos

braços túrgidos,

trocou olhares letais,

com quem ousasse encará-la...

(era uma flor de opinião!)

foi logo espalhando perfume

de seu miolo intumescido,

ofereceu-se toda a meus olhos!

e a leve brisa que então

a fez mover-se de leve, leve,

deixou entrever seus avessos,

suas bocas à espera de beijos,

surpreendidas em candura exposta,

misteriosas réplicas do feminino mistério

que atiça os olhares,

que incendeia,

que fala de roxas excrescências

"roxos lírios" em deusas d'além mar...

lábios que beijaste em ânsias,

passagem secreta, caminho de desvarios...

boca de tantas falas,

regaço de ansiosos e eretos falos...

uma flor estranha e bela,

revelada contra o breu da

noite!

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 04/09/2009
Reeditado em 22/05/2011
Código do texto: T1792485
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