Se Soubesses deste Amor
Em veludos de anseios
Debruça-se o olhar
Na tarde que cai
Concebo o teu rosto
Na moldura da solidão
Demora-se o silêncio
No aconchego dos meus lábios
Há palavras que não se dizem
Apenas fazem companhia
Ao olhar que as pronuncia
Respiro o ar de todos os sonhos
Levitando, liberta de mim
Como se num vôo impetuoso
Livrasse-me das hesitações
Afinal de que serve
O limite da minha visão
Senão para ir te buscar
No além do que vejo?
Conduzida nos braços da saudade
Abraço-me ao teu mundo
Que ainda não sabe de mim
Unem-se o meu olhar e teu semblante
No breve e indelével instante
Em que se condensa a eternidade
Quando meus lábios e teus beijos
Comungam de todas as confidências
Anunciando-me na véspera do dia
Em que teus olhos vão se abrir aos meus
© Fernanda Guimarães