Mergulho no escuro
(Ana Maria Lima)
Em clara visão noturna
Já não sou mais a mesma
Que não posso sentir o céu
Debaixo dos pés
E os pés flutuando
Em nuvens brancas
Grades abertas
Asas soltas
Vôo noturno
Mergulho no escuro.
Medo, desejo...
Tudo é tão novo e antigo.
Asas soltas, pedindo para
Voar alto e alimentar-se
Dos insetos acima e das
Estrelas debaixo das águas
Escuras.
Quero tudo claro
Tudo novo
De novo
Oceano.
Viagem
(Ana Maria Lima)
Era domingo de sol, passei mal, sozinha na cozinha.
Pressão baixa, disse-me o farmacêutico.
É só tomar uma taça de vinho e comer algo salgado,
Que basta.
Viajei na maionese, comi muito bacalhau, sem tirar
O sal, tomei muito vinho, fiquei legal, mas também,
Muito mal, entrei na contra-mão, com dor no coração.
Senti o balanço do chapéu mexicana, eu lá gritando,
Como palhaça com a cara pintada, descendo correndo,
Ladeira fugindo do ladrão, que na mão trazia uma
Espada e uma vala perfumada.
Deparei-me num quarto escuro, revelando minhas foto-
Grafias, numa sorria como se a vida fosse só alegria, na
Outra... rosto de desgosto, olhando pássaro na gaiola ,
Querendo um minuto de liberdade, eu... a eternidade!!!
Foi quando percebi uma luz imensa, um campo suave
E macio, mamãe trazendo-me flores douradas, senti-me
Leve, livre, aliviada, foi percebi que morri.
De pressão alta.
Clic
(Ana Maria Lima)
Já é madrugada
O sono não vem
Vou diante da tela
Branca brilhante.
Um clic
Pensamento
Imaginação
De repente
Palavras jogadas
Frases feitas
Sem emoção
Ou não
Conexão
Perguntas
Respostas
Verdades ou mentiras?
Serei eu mais uma na lista?
Fazer parte do contexto
Cumplicidade
Medo
Desejo
Imaginação
tesão
Ah! Mundo da conexão
Mundo complexo
Onde se vive
A verdade!?
Ou ilusão!?
* Ana Maria de Lima, natural de Barra do Jacaré / PR, nascida em 08/09/66. Filha de Benedito Felix de Lima e Aparecida de Aguiar Lima. Mãe de Allan Felix e Marius Henrique,"As duas metades de mim". Representante Comercial, atriz, poeta... Enfim, aprendiz.
Escrevi três peças de Teatro: O Pôr-do-Sol, peça que retrata a vida na terceira idade, que ficou em cartaz de 2002 a 2005.
"Mentes doentes, corações carentes", que fala um pouco sobre esse complexo chamado: "loucura" e a fragilidade do ser humano, como lidar com a falta de amor...E "não vai embora, ainda há tempo de recomeçar", retrata a vida de um casal em crise.
Poeticamente falando, gosto de rabiscar, colocar no papel imagens que vejo do cotidiano, a vida refletida no espelho, na real como ela é e com a fantasia que se cria no dia-a-dia, e nessa mistura, digo: Olha minha poesia!
Integrante do grupo Coesão poética. Diretora de eventos da Ceres - casa do escritor da região de Sorocaba.
Acessem:
www.encontrodepoetasemsalto.com