DO FUMÓDROMO
É na grande quermesse
que eles se encontram.
O leilão?
Não é boi; não é porco;
nem sequer pé-de-moleque:
é a pedra branca da morte.
Há o desespero do vício, a ansiedade;
a necessidade de consumo.
Ricos e pobres, jovens ainda,
na cronologia do tempo,
embora velhecida a face: a máscara da droga,
ali se reúnem iguais às moscas em torno do melado.
Mesmo o pequenino moleque,
de pé ou sentado no chão bruto,
costas apoiadas no muro imundo,
com seu cachimbinho aceso.
É o prelibar do cemitério
da matéria dos corpos... e do espírito.