Constatação
E já não sonhas mais do que o possível
pois que abster-se do amor é realidade cruel
o cálice abandonado é ímã
e escarlate o sangue que espalha-se pela alma dilacerada.
E já não vês o tempo em que era possível
cantar o amor adolescente
esvaziar o peito e entregar-se às ternuras.
Tempo de florescer sem agonia.
E já não ousas cantar
Posto que as lágrimas estrangulam o canto
e o pranto algoz corre caudaloso e franco.
Salobro é o tempero do querer
Na face a dor esparrama-se.
E no milagre já não acreditas
o vento apagou as pegadas
como seguir
se já não há sonho, tempo
e a música emudeceu?
Fátima Mota
E já não sonhas mais do que o possível
pois que abster-se do amor é realidade cruel
o cálice abandonado é ímã
e escarlate o sangue que espalha-se pela alma dilacerada.
E já não vês o tempo em que era possível
cantar o amor adolescente
esvaziar o peito e entregar-se às ternuras.
Tempo de florescer sem agonia.
E já não ousas cantar
Posto que as lágrimas estrangulam o canto
e o pranto algoz corre caudaloso e franco.
Salobro é o tempero do querer
Na face a dor esparrama-se.
E no milagre já não acreditas
o vento apagou as pegadas
como seguir
se já não há sonho, tempo
e a música emudeceu?
Fátima Mota