OUVIR A VOZ DOS ANJOS
Ouvir tua voz foi semelhante a ouvir a voz de anjos
Foi sentir as águas me levarem ao Paraíso.
Sou feliz como uma praça.
Vejo bandos de aves branquinhas
Corro perseguindo as garças
Sigo o voo das gaivotas
Não peço
Não quero que o mesmo tenhas sentido
Nem exijo que me ouças repetido
Nem espero tuas mãos nas minhas
Sequer o calor do teu corpo
A posse única me pertence
E de ti independe
É algo em algum lugar escrito
Seja nas estrelas
Seja no infinito
Na matéria em confusão
Nas trilhas do espírito
Nem tu poderás tomar-me
O batismo da Poesia
A luz que ignoras
E que de ti se irradia
O meu ciúme é de mim mesma
Pois a mim não permito
O egoísmo dos egoísmos
O ser que nem mesmo conheces
Este, há eras é meu