Mansidão.
Vai uma voz e vem um sorriso
Dentro desta louca simplicidade
De consumir-me em teu prazer
Até mesmo quando faço um poema.
Solto minhas feras e presas em teu corpo
Esperando que me deites em dança
Na cama de tuas mãos suadas
A averbar a boca de nossas cumplicidades.
Fecho os olhos e te sei inteiro
Pêlos, cheiros, pele, gosto.
Sexo afoito e ereto passeando em mim,
Ainda solto em minhas pernas.
Vendada por escolha e gana
Entrelaço meus dedos em teus cabelos
E escalo-te em beijos úmidos
Buscando o sabor de teus lábios vadios.
Meus seios trêmulos em teu peito
captam o bater de tua tara
e meu coração se entrega ao julgamento
de ser culpada por amar-te loucamente.
És o pecado azul de meus olhos,
A luz de minhas cortinas,
O cair de minha carne em tentação,
A realidade de minhas façanhas.
E bem manhosa enredo-me em ti
Sabendo da lava que vem faceira
Dar-me o prazer supremo que um deus
entorna no cálice de um mortal.
Bebo de teu momento
No qual o meu é eternidade facial
Ruindo no sorvedouro de minha língua,
Para sempre rei – dentro de mim, tua vida.