"O PREÇO DA MINHA REVOLTA" Poema de Flávio Cavalcante

O PREÇO DA MINHA REVOLTA

Poema de:

Flávio Cavalcante

I

Nossa como a noite está alta

O tic-tac do relógio me incomoda

Me dói por dentro sentindo sua falta

Na cama que meu corpo acomoda

II

No rádio uma canção sentimental

No abajur em penumbra uma luz

Com o ambiente me dando todo aval

Meu pensamento voa alto e me conduz

III

São seis horas da manhã

Deito e levanto feito um louco transtornado

Não acredito que deixaste o lar pra se cortesã

Feriste um leito e um coração apaixonado

IV

Escuto o trinco da porta balançar

Você não consegue encaixar a chave na fechadura

Mostraste que precisas aprender a amar

Na escola só aprendeu desamor e amargura

V

Cuspiste no prato que comeu

Traíste a tua própria confiança

Só que agora quem perdeu não fui eu

E nunca mais tenha nenhuma esperança

VI

Levantei agora mesmo do pesadelo

Lavei o rosto e minha alma no banheiro

Pode chorar que não vou ouvir teus apelos

Pus um aroma gostoso no corpo inteiro

VII

Peguei minha melhor roupa guardada

Saí á rua em busca de prazer

Quero arrancar do peito esta facada

Podes esperar o troco você vai ter

VIII

E assim que eu voltar

Vais perceber em minha volta

Meu telefone não vai parar de tocar

Este é o preço da minha revolta

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 01/09/2009
Código do texto: T1786162
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