MODERNIDADE INSOLÚVEL
( Andrade Jorge)
“Sadio
Singular vadio
Espalha-se pelo mundo
Encontrando-se nas íntimas verdades”
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A modernidade se fez
Sobre o antigo e feio
Circulo no novo mundo outra vez
Porque sou produto do meio.
Sou tudo ou nada
Sou o que quero ser agora
Vilã, vilão, herói, heroína escrachada,
E rio na cara dos hipócritas de hoje ou outrora.
Não sou volúvel
Não preciso de máscaras pra me ocultar
Sou química insolúvel
Voz pra quem quiser escutar.
A minha liberdade é irrefutável
Caminho em todas as direções
O meu chão é porto seguro intocável,
Que faz vibrar e pulsar os corações.
Uma mão sempre me acarinhar, acariciar
Acompanha-me um rosto com risos terno,
E bocas distintas que gritam no ar:
Tu és do tempo um poeta moderno.
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“Não te preocupes como vai chegar
Antes cuide pra não parar no tempo....”
DESENCANTO
( Andrade Jorge)
“Entre pedras e solo árido
a flor luta pra sobreviver...”
Enquanto cantas
e pelas ruas encantas,
sigo a correnteza
desse rio promessa de (in) certeza.
Enquanto refugias em si,
silenciosamente abri
a alma expondo-a nua
aos olhos da lua.
Enquanto procuras as verdades
em bocas loucas que soam maldades,
não busco texto,
nem palavra sem contexto.
Enquanto escutas vãs cantigas
de tristes atrizes antigas,
o dia findou o tempo passou
a noite se fez e nosso encanto cessou.
FRAGMENTOS
( Andrade Jorge)
Letreiros de néon
instantes de “frisson”,
Magia no ar,
desejo no olhar,
sonho acalentado,
o amor no anoitecer,
não floresceu no amanhecer;
Flor sem jardim,
ares sem ventos,
mas foi melhor assim,
ficaram as recordações
desenhadas nos fragmentos,
e tatuadas nos corações.
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*Escritor, poeta sem tipificação, sou pluralista, escrevo com toda a rebeldia da minha inspiração, sem regras, sem preconceitos.
Quando escrevo tenho todo o poder do mundo dos homens, seja no teclado, ou na tinta da minha caneta, porque nessa hora sou o invasor de mentes, corações, desnudo a alma humana, e ao fazê-lo desnudo a mim próprio, porque sou o produto do meio, o produto da atualidade, mas com a chama incontida que os poetas trazem em si.
Não passarei indiferente nesta vida, o branco que carrego à minha frente é somente a tela ou a folha imaculada de um papel.
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