Pois que me venha, andrajo
que na minha aldeia
a festa mais luxuosa,
tem tapete de areia
luzes de estrelas...

o som ambiente
toca em fado nossos cabelos,
é sopro do universo
arrepiando nossos pelos.
A percussão é o quebrar
das ondas do meu mar.

Pois que  me venha,
como andarilho,
sondando em meu arruado.
Quero encontrar-te perdido.

Ornamentarei de ti
minha própria natureza,
fazendo dos sentidos
minha maior riqueza.

Pois que me venha
ao anoitecer, fazendo da rede
a madrugada dos sonhos,
o  meu melhor amanhecer.

(Taciana Valença)