DEBRUÇADA NAS JANELAS DOS TEUS OLHOS

Como se d’alma quisesse

Exaurir o alento

Ouço a voz atravessando o tempo

Erigem-se catedrais em minhas veias

Tal qual desígnio a cumprir

Ou de anjos o ir e vir

Retinem sinos de cristais em festa

Fogem-me sob os pés espuma e areia

Ancora barco em surrealista praia

Pela luz de setembro iluminado

Valsando em meus cabelos

Sinfonia a desfolhar-me o peito

Cantos celestiais louvam a matutina brisa

Debruçada nas janelas dos teus olhos

Do reinventado ser me alimento

E o percebo total

Em pensamento

Beijo e abraço

E teço

Entremeados fios d’ouro em sedosos laços

Toalha de sonhos rendada

E em profano altar me deito