Sem regresso
Velejavam portugueses vento em fora
descobrindo novas terras pelos mares,
riquezas minerais, fauna, e flora,
esquecendo-se das gentes com cismares.
Entre espadas e mosquetes, Morte chora.
Mulheres e crianças por colares,
espelhos e bugingangas multicores
servem aos estranhos cada hora.
( Poetas vão guerreando pelo rei,
escribas fazem versos numa pena;
Camões voltará ao seu porto? )
O caminho sem volta, sem regresso;
na sentença infeliz do insucesso
encontram-se um caolho e um perneta!
É o roteiro final, a besta-fera
do navegante que não mais espera.
Camões é um mendigo na sarjeta!
Alguns versos dos tercetos surrupiados do poeta Odir