NÃO ACREDITE
Podem os olhos cegar
A boca para sempre emudecer
O meu rosto sumir
Junto com todo o corpo
Pode o sol me consumir em cinzas
Pode o mar me afogar
E junto a navios fantasmas restarei
Sereia solitária
Cantando
Chorando
Em conchas e pérolas transmutando-me
Quero ser a água de qualquer rio
A luz da manhã invadindo a floresta
Das borboletas as asas rompidas
Dos becos as tristes cantigas
As lágrimas das meretrizes
Quero dançar o tango no meio da rua
Serei Vênus, Afrodite
Direi que te entrego a vida
Mas imploro
Não acredite