ESTAÇÃO

Perdem-se as horas na imensidão do pensamento

Caminham os homens cultivando a inocência

Pedras nos sapatos

Ninho de águias no peito

Onde estão as rochas

E a luz que habita no interior dos teus olhos?

Caminheiros das pontes

Solitários do asfalto

A rua é o lar dos desgraçados

A noite esnoba seu veludo de estrelas em silêncio

Sentados sob essa árvore

Somos mendigos de amor

Somos velas arriadas

Soa longo o apito do navio

Estertora o avião no espaço

O trem geme

Geme

Geme

Geme

Até a estação do nada

O meio-fio escorre

A lassidão dos bêbados