FABULISTA
pois, homem, seu menino, nem te conto!
não é que eu acabo de ver um fabulista?
disse-me Ele que veio lá do Helesponto,
só prá ver se existe a galinha angolista!
estava eu pescando ali no rio, há pouco,
esquecido da vida, a sonhar c'a Belinha,
quando ouvi alguém me falar meio rouco:
"ó estranho!", assustado larguei a linha;
vi que era um forasteiro, pela vestimenta,
parecia enrolado em lençol e mais lençol;
dizem que quem conta, o conto aumenta,
mas Ele retirou da água a linha e o anzol;
depois, me disse Quem era; de onde viera, e o que fazia;
escrevia fábulas e uma sobre a tal galinha Ele escreveria...
Moacir et Selena 2004
brilhe a vossa LUZ!
bens e riquezas há na sua casa;
e a sua justiça permanece para sempre
(Salmos 112:3)
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(Zeus e o tonel de bens - fábula de Esopo)
Zeus, tendo fechado todos os bens em um tonel, deixou-o
com um homem. Este, curioso de saber o que havia dentro
do tonel, levantou a tampa e todos os bens voaram para os
deuses.
moral: uma única esperança resta aos homens:
que lhe sejam devolvidos os bens perdidos.
***** glossário ***
Esopo: fabulista grego (séc. VII-VI a.C.), de origem escrava,
depois alforriado; foi morto pelos délficos. É
personagem meio lendária, que se representava
como indivíduo feio, gago e corcunda. A reunião
atual das Fábulas de Esopo, redigidas em prosa
grega, é atribuída ao monge Planúdio (séc. XIV).