NOVA COMPANHEIRA

Depois de ti me vem ela

Com trejeito sedutor,

Põe-se à noite em sentinela

Implorando por amor.

Com suas mãos de veludo

Toca-me suavemente,

Ao meu corpo já desnudo

Vem com tudo loucamente.

Vara as minhas madrugadas,

Fossem elas feitas luz

E depois que saciada

Pra janela se conduz.

Ela mostra um horizonte

O qual miro com receio

E me desenha uma ponte

Interrompida no meio.

Eu me imagino sobre ela

Rumando à vida de outrora,

Mas ela fecha a janela

Por temer que eu vá embora.

Meu olhar ao longe some

Incontido sobre o vão.

Ela tem estranho nome

Que se chama Solidão.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 28/08/2009
Reeditado em 20/01/2010
Código do texto: T1779833