Os Sentidos e o Tempo

Os Sentidos e o Tempo

Há palavras que não conseguimos dizer

Sonhos que não conseguimos realizar

Amores que não podemos ter

Dores que não sabemos apagar

Mágoas que não esquecemos jamais

Paixões por ódios marcadas

E ódio por paixões selados

Existem palavras que matam

E flechas que ressuscitam

Esquecimentos mórbidos

Lembranças que cessam

Amigos entre adeuses...

Momentos congelados em frias molduras

Em uma parede concreta

Cartas de amor esquecidas

Para sempre em uma solitária gaveta

Assim a tudo o tempo corrompe

Aos homens e seus corações

Profana os amores santos e as próprias ilusões

Atreve-se a colunas de mármore

Quanto mais a corações de cera!