Náufrago
Busco a mão que banha a praia
para levar, do meu mar,
a garrafa do náufrago em eterna
solidão.
Há de encontrá-la o vento-sul,
o ébrio, que se deita na areia,
a esperar milagres.
E a geleira, que pinta de azul
meu coração, partirá ao meio,
por inteiro, o vermelho,
amor misturado, diluído
na paixão.