GAZAL DA ORGIA
A noite penumbra nossa face
Iluminando a desmedida fantasia
De te amar na calçada da rua
Como se fosse uma vadia
O calor da boca tua me consome
Fere a carne e acaricia.
De possuído te faço possuída
Com volúpia que me pedias
O sol tinge a linha do horizonte
Revelando que o inesperado acontecia
Que no pesadelo da sua insônia
Uma sombra a tudo assistia
O notívago liberta-se do abrigo
Com ébrio o vulto se movia
Para, pede cigarro e isqueiro
Para brindar nossa noite de orgia.