Tudo que tenho é nada
Olha o jeito que vivo,
esse amor intuitivo;
Que revivo
cada vez que te vejo.
Como fugir ao calor do teu olho?
Se sou eu que me encolho
cada vez que me olhas.
É só isso que tenho,
uma mochila surrada,
Os dois pés na estrada
tudo que tenho é nada
para te oferecer.
Como posso fazer-te feliz,
se até hoje tudo o que fiz
foi fugir do amor.
Hoje, olhar teu olhar
é como me confessar
ao maior pecador.
É misturar um amor
à pitadas de dor,
sem saber o sabor
que essa mistura vai dar.
Então me encontro assim,
novamente na estrada
nessa viajem calada
fugindo de ti.
E fugindo de mim.
escrito na beira da cama de um hotel da estrada,
para a madrugada, que dormindo, nem viu.