NÃO ME PROCURE NUM POEMA
Não me procure num poema
Meus versos são descaminhos
Por entre pedras e espinhos
Cobertos de folhas mortas
São labirintos de mim
Em linhas veredas tortas
Meus versos descem degraus
Viram quadras
Cruzam tesoura em tercetos
Atravessam a alameda
A esplanada
Passam por túneis
Dobram esquinas
E se perdem em variações
Nas vielas das rimas.
Veja-me na poça d’água
- Lago dos meus pensamentos.
Na folha onde o orvalho goteja
No giro da rosa dos ventos
Na praia onde o mar murmureja
Num fado cheio de mágoa
Procure-me noutra rua
Na Rua da Vida
No outro lado
Na esquina do pecado
Num boulevard, na saída
De um beco
De um boteco
Onde a Poesia nua
Solta, livre
Leve, louca
Abraça-me à luz da lua
Enquanto me beija a boca.
Não me procure num poema
Meus versos são descaminhos
Por entre pedras e espinhos
Cobertos de folhas mortas
São labirintos de mim
Em linhas veredas tortas
Meus versos descem degraus
Viram quadras
Cruzam tesoura em tercetos
Atravessam a alameda
A esplanada
Passam por túneis
Dobram esquinas
E se perdem em variações
Nas vielas das rimas.
Veja-me na poça d’água
- Lago dos meus pensamentos.
Na folha onde o orvalho goteja
No giro da rosa dos ventos
Na praia onde o mar murmureja
Num fado cheio de mágoa
Procure-me noutra rua
Na Rua da Vida
No outro lado
Na esquina do pecado
Num boulevard, na saída
De um beco
De um boteco
Onde a Poesia nua
Solta, livre
Leve, louca
Abraça-me à luz da lua
Enquanto me beija a boca.